Liliana Jesus, a ciclista que cuida a Covid-19 (Português)

A Enfermeira Ciclista do “Team Farto BTC”

Liliana Jesus, faz parte da única equipa de ciclismo UCI continental, na categoría femenino, de CCAA de Galicia (Espanha): a Pontevedrense Team Farto BTC, que se estreia na presente temporada na divisão elite do ciclismo mundial.

De seguida, damos a conhecer a trajetoria desportiva de Liliana e a sua outra faceta enquanto enfermeira no hospital Sao Bernardo de Setúbal (Portugal).

Sempre ligada ao desporto:

Liliana Jesús nasce na Venezuela há 37 anos. Tem dupla nacionalidade: venezoelana-portuguesa. Desde miuda esteve sempre ligada ao desporto: na escola praticou futebol, entre os 17 e os 23 anos praticou equitação e natação, mas foi em 2005 que começou a praticar ciclismo de montanha.

A bicicleta não era algo novo visto que, em miuda, utilizava a bicicleta como meio de transporte para se deslocar para a escola. A atleta recorda que no seu retorno á bicicleta em 2005, na sua primeira experiencia em mountain bike ficou com imensas dores musculares após ter percorrido apenas 20 km (risada). Contudo, só em 2007 experiencia o ciclismo de estrada, num passeio de cicloturismo de 67 km, ao qual a Lili diz: “foi amor a primera pedalada”. O Clube Ciclista Palmenense, localizado na cidade de Palmela, foi a sua primeira representação.

No ano de 2011, com uma amiga, preprarase para a sua primeira competição de MTB em Portugal, que vence. Nesta altura o ciclismo era encarado com lazer e treinava com um grupo de amigos apelidado “Faz Vergolhas”. A raíz dessa vitoria, Liliana é convidada por uma loja local: Bike Zone Setúbal para representa-la. Aceita o desafio, mas sabia que teria de se preparar bem para a competição. Procura um treinador, e assim no ano seguinte (2012) acaba entre as 10-12 primeras atletas elites nas provas de BTT_XCM.

Seu primeiro “Teste de Lactato” em 2012

Na vertende de ciclismo de estrada faz boas corridas e sente-se comoda no seio do pelotão; gostava de ter as colegas ao seu lado. No ano seguinte, continua a colher experiencia, mas uma grave lesão na anca impede-a de participar nos campeoantos nacionais de BTT_XCM.

Já em 2015, é convidada pela equipa feminina 5Quinas Municipio Albufeira. Fica animada por ter como colegas de equipa atletas que admira, tal como Celina Carpinteiro. Conseguiu um 3ro lugar na Taça de Portugal e no Nacional CRI, enquanto que na prova de fundo fez 7º lugar. Estes resultados valem-lhe a primeira convocatoria para a Seleção Portuguesa de Ciclismo de Estrada. Assim, pode correr com um dos mais destacados pelotões internacionais na prova por etapas Trophée D’Or. Nesta corrida a atleta sofre muito, mas aprende que tem de preparar melhor a sua performance.

Também em 2015, na vertetnte BTT, é convidada por uma das melhores equipas do país, o Clube BTT Seia, que para ela, são como uma familia. Juntos conquistam o vice-campeonato nacional de XCM em Loulé/Algarve ano 2017, e a Taça de Portugal de Maratonas, ano 2018.

Em 2016 vence a Taça de Portugal de Ciclismo de Estrada, mas não apresenta boa condição física, após atropelamento, nos campeonatos nacionais. No entanto, o Trophée D’Or estava na mira da atleta e prepara-se bem para a corrida, finalizando a mesma como a melhor portuguesa. Contudo, a sua maior felicidade foi terminar a ultima etapa desta corrida ao sprint com outras atletas.

Após dois anos duros, 2017 e 2018, desmotivada e sem grandes resultados no ciclismo de estrada, em 2019 cria a sua propia equipa femenina (CE Gonçalves Azeitonense). Nesse ano proclama-se vice-campeã nacional CRI y consegue um meriteriozo 6to lugar na prova de Fundo.

A ligação a Team Farto BTC:

Em 2020, após os resultados dos ultimos campeonatos nacionais, é convidada pela equipa galega Farto Aguas de Paraño. É assim que Liliana relata aquele momento: “Foi uma decisão muito difícil de tomar, porque o meu projeto estava a crescer e senti que ia abandoná-lo”. Mas muda a sua mentalidade, consegue melhores condições no seu local de trabalho e aceita a oferta da “Farto Aguas del Paraño”.

Infelizmente, a pandemia Covid-19 atinge o planeta e com ela, da-se o estado de emergência em Portugal; e tudo muda. Nesse ano, faz poucas corridas, pois experienciou a gravidade da doença em primeira mão ao trabalhar diretamente na área. Somente em outubro consegue de novo concentrar-se na bicicleta.

Nesta temporada de 2021, Liliana tem trabalhado muito na bicicleta e refere estar mais magra; perdeu uns 6 Kg. Neste momento, o único impedimento para poder competir tem sido o trabalho como enfermeira, pois, para além de se encontrar muito dedicada a unidade covid no seu centro Hospitalar, ainda não tem direito a ferias para fazer face as corridas.

Liliana Jesús também é treinadora de ciclismo, com título de grau II e treina crianças no Centro Ciclista Azeitonense. Atualmente devido à situação de saúde que se vive não tem sido possivel compaginar dita atividade; deseja que a normalidade regresse em prol a modalidade.

O outro lado de Liliana Jesus:

Liliana Jesus licenciou-se em enfermagem em 2007 em Setúbal. Trabalha desde 2008 no Hospital São Bernardo de Setubal. O seu primeiro ano de profissão foi na área de Urologia. Nesse mesmo ano foi para as especialidades cirúrgicas. No entanto, com a chegada da pandemia, é transferida em março de 2020 para a Unidade Covid. Fica pouco tempo nessa unidade na primeira vaga, sensivelmente até maio, uma vez que Portugal não tinha sido muito afetado nessa altura e quase não haviam doentes internados. Liliana refere que, no inicio teve algum medo, mas que para poder enfrentar esse medo estudou muito sobre a doença em questao e semelhantes, e libertou-se dos receios que tinha.

As infecções começaram a aumentar e, a final de agosto volta para a unidade Covid. De agosto a outubro / novembro, os doentes eran esencialmente idosos, principalmente proveniente de lares. “Alguns chegavam mal tratados, desnutridos. Os doentes não falam, ficam inconscientes e morriam. Foi muito difícil. A realidade dos doentes começou a mudar; começaram a chegar pessoas mais jovens. Vinham conscientes e era possivel dialogar. Sofriam muito da parte respiratória, mas também tinham muito sofrimento emocional, devido ao medo. Alguns foram ventilados na UCI, outros morreram, mas muitos recuperavam. Foram dias de muito trabalho. O pior veio em janeiro. Houve um turno de trabalho em que fiquei impotente por não puder dar responder a tudo devido à falta de material. Neste momento estamos a atravesar uma fase tranquila”.

Seu trabalho no hospital

Liliana trabalha paralelamente na Cruz Vermelha no controle da população para despiste a Covid.

Em janeiro do presente ano, ela e o marido ficam doentes com a Covid-19, muito derivado a contatar com muitas pessoas, pelo que ficou 15 dias de quarentena em casa e 20 dias sem poder trabalhar. No entanto, nunca parou de treinar durante esse período realizando exercicios ligeiros nos rolos de treino e exercícios de reforço muscular.


Esperamos ver a Liliana nesta temporada em competição e se possível na
Ceratizit Challenge by la Vuelta, que em setembro percorrerá as estradas da província de Ourense.

Links para o Twitter e Instagram oficiais de Liliana Jesús.

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